Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:
Está chegando ao Brasil, na próxima quarta-feira (29), o
vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. No Rio de Janeiro, tem
programada uma visita à Petrobras para conversar sobre assuntos energéticos.
Ele dirá também que os Estados Unidos estão interessados em se converter em
sócio estratégico do Brasil.
Depois das andanças pelo Rio de Janeiro, onde será
recepcionado por Graça Foster, presidenta da Petrobras, Biden se reunirá com a
presidenta Dilma Rousseff e, naturalmente, tentará convencê-la a, de uma vez
por todas, fechar negócio para a aquisição de 36 aeronaves da Boeing para as
Forças Armadas.
Biden quer evitar que o governo brasileiro decida comprar os
Raphales franceses, como parecia que ia acontecer ainda no governo de Luís
Inácio Lula da Silva, mas cuja transação acabou sendo suspensa e a decisão da
compra adiada para o governo Dilma Rousseff.
Na verdade, essa história dos EUA como “sócio estratégico”,
bem como “conversações sobre assuntos energéticos”, não chega a ser um fato
novo. Ao longo da história, o tema aparece na ordem do dia e, geralmente, as
autoridades estadunidenses têm pressionado sucessivos governos brasileiros no
sentido de aceitarem as propostas do “aliado”. Também, provavelmente, não será
nada de novo no front midiático a cobertura da vinda do vice-presidente Joe
Biden. Ou seja, leitores, telespectadores e ouvintes serão contemplados com
deslumbramento e, para variar, subserviência.
E não será também nenhuma novidade o comportamento de
jornais como O Globo, por exemplo, que no passado (e no presente) sempre
defendeu interesses estadunidenses, mesmo sendo lesivos aos interesses
nacionais.
Nesse sentido, vale até uma consulta ao livro, ainda não
traduzido para o português, intitulado The Americanization of Brazil, de
autoria do historiador da CIA, Gerald Haymes.
No livro, Haymes revela que em 1954 furiosos editoriais de O
Globo contra o presidente Getúlio Vargas eram produzidos na Embaixada dos
Estados Unidos, então localizada no Rio de Janeiro. A fúria dos estadunidenses
se devia, sobretudo, à então recente criação da Petrobras, a mesma empresa que
o Departamento de Estado na ocasião, com a ajuda de seus áulicos brasileiros,
tentou evitar nascer.
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