Páginas

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A urgência da organização e luta juvenil.

Não entendo a existência humana e a necessária luta para fazê-la melhor, sem esperança e sem sonho.
(...) Não sou esperançoso por pura teimosia, mas por um imperativo existencial e histórico.
(Paulo Freire, Pedagogia da esperança, 1992).

A luta por uma sociedade justa e solidária é o motor que move os jovens socialistas, é imperativo a luta por essa sociedade, não por simples teimosia, mas como condição de não mergulharmos na barbárie imposta pelo sistema capitalista.  
Vemos em Parintins uma crescente onda de violência cometida principalmente por jovens, os analistas políticos de plantão apressam-se em pedir logo a redução da maior idade penal como solução para a questão da criminalidade juvenil. O atual governo municipal como os governos anteriores, realiza programas de esporte ou de qualificação profissional que atende um número reduzido de jovens com idade entre 15 a 20 anos como resposta para as demandas de emprego, saúde, educação, esporte, cultura, lazer de mais de 25mil pessoas que estão na idade entre 15 e 29 anos em nosso município.
A redução da maior idade penal não ataca a causa da situação caótica em que nos encontramos, prende-se um e outros assumiram o lugar do que for preso, afinal nunca tivemos um contingente de jovens tão grande como temos atualmente, o que torna mais visível o descaso com essa parcela da população.
Os que defendem a redução da maior idade penal, principalmente aqui na cidade de Parintins, deviam usar os meios de comunicação e redes sociais para uma ampla campanha e mobilização para a criação de empregos. Que o município, enquanto ente federativo fosse indutor de desenvolvimento, trabalhando para melhorar nossa infraestrutura (geração de energia, porto, estradas das agrovilas...) atraindo dessa forma a iniciativa privada para investir em nossa cidade.
Muitos dos jovens infratores são de baixa escolaridade, desempregados, de famílias numerosas que, quando muito, vivem com um salario mínimo, geralmente de algum parente que é funcionário da prefeitura, e que pra piorar nos últimos dias vivem sob o medo do fantasma das demissões. Outras fontes de recursos são os programas sociais do governo federal (que os defensores da redução da maioridade penal chamam de assistencialismo e esmola, imaginem se não houvesse o bolsa família) e aposentadorias. 
Acredito firmemente que se a cidade de Parintins gerasse emprego para um bom número de jovens, se elaborasse e efetivasse uma politica voltada para o homem do campo para que produzisse e tivesse condições dignas de vida de permanecer em sua terra, construísse praças de esporte e lazer, tivesse teatro, cinema, investisse na capacidade criativa de sua juventude, os índices de violência iriam ser reduzidos.
Não podemos falar de violência juvenil, colocando toda a culpa sobre seus ombros, sem denunciarmos a violência primeira que é cometida contra a juventude que é a falta de perspectiva, a falta de oportunidade, a segregação social, isso gera revolta e a revolta gera violência, ou cuidamos da juventude ou não haverá presídios para tanta gente, como querem os defensores da redução da maioridade penal.
Nas palavras do Mestre Paulo Freire,

“Para os opressores, porém na hipocrisia da sua “generosidade”, são sempre os oprimidos, que eles jamais chamam obviamente de oprimidos (...). São sempre eles os “violentos”, os “bárbaros”, os “malvados”, os “ferozes”, quando reagem à violência dos opressores”.
(Paulo Freire em Pedagogia do oprimido)

Porém, como diria o mesmo Paulo Freire, seria muita ingenuidade nossa, esperar respostas positivas da classe dominante e de seus porta-vozes (em especial Tadeu de Souza), para os problemas que afligem os oprimidos, sabemos que historicamente os direitos da classe trabalhadora são conquistados com muita organização e luta, portanto, cabe aos jovens de Parintins especialmente, reviverem suas entidades de organização, seja no Grêmio Estudantil, no Centro Acadêmico, juventudes Partidárias, Grito da Periferia, PJ, e tantos outros espaços de organização juvenil e juntos lutar para construir a Parintins dos Sonhos não da classe dominante, mas, dos trabalhadores. Como diria Che Guevara: Se o presente é de luta o futuro nos pertence! Hasta la Victória siempre.

Dedico essas poucas linhas aos jovens Dinho, Adriel, Aldemar, Paulinho, Nita, Pito que mesmo com todas as dificuldades persistem na luta por dias melhores pra juventude.


João Batista Ramos da Silva
Sec.de Juventude do PC do B/ Parintins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário